Como o Irã vem se beneficiando do prolongado conflito Israel x Hamas
Confira agora como o governo iraniano vem conduzindo de forma bastante esperta suas ações para angariar ganhos geopolíticos neste longo embate entre Israel e o grupo radical Hamas.
Desde o início do conflito palestino-israelense, o Irã sempre adotou uma postura ambígua, ora apoiando abertamente a causa palestina, ora negando envolvimento direto com grupos terroristas. No entanto, é um segredo para poucos que o Irã siempre foi o principal patrocinador financeiro e fornecedor de armamentos pesados para organizações radicais como o Hamas e a Jihad Islâmica.
Segundo fontes de inteligência ocidentais, nos últimos 15 anos o governo iraniano investiu bilhões de dólares no envio de armas, munições e equipamentos bélicos sofisticados para esses grupos, incluindo os famigerados foguetes de precisão de longo alcance que têm causado tanto terror em Israel. Também é sabido que líderes radicais recebem treinamento militar direto do Irã Corps da Guarda Revolucionária Iraniana.
Ao controvérsias à parte, é inegável que o Irã se sente bastante confortável com a instabilidade crônica no Oriente Médio, afinal esta situação só atrapalha seus inimigos EUA e Israel enquanto desvia atenções das próprias questões internas do país. E como burlar a vigilância ocidental e apoiar terroristas? Financiando-os discreta e generosamente por muitos anos, é claro!
Desta forma, o Irã consegue dois objetivos principais: enfraquece Israel, desferindo golpes contínuos por meio de seus "braços armados"; e constrói uma imagem de herói da causa palestina perante outros países árabes e a opinião pública internacional, mesmo tendo objetivos claramente expansionistas.
Os impactos de tanta astúcia iraniana são evidentes: a recente onda de ataques com foguetes, possibilitada justamente pelo apoio financeiro e armamentista do Irã, provocou o caos total em Israel e fez o mundo inteiro voltar seus olhos para o conflito.
Isso permite ao Irã se projetar diplomaticamente como defensor dos palestinos, desviando atenção de outras pautas que lhe interessam menos, como suas ambições nucleares. E ao manter Israel sob pressão constante, o Irã também mantém os EUA e outros aliados do país em xeque, pressionando-os a se envolverem mais na região.
Desta forma, por meio de uma aparente "diplomacia indireta", o Irã baralha o tabuleiro geopolítico do Oriente Médio a seu favor, se beneficiando das próprias crises que ajuda a incendiar. É um jogo arriscado, mas que vem rendendo frutos há décadas para o governo persa e sua agenda expansionista. Será que o mundo continuará fechando os olhos para tanta artimanha?