Stellar Blade | Diretor do Game Defende visual "Polêmico" da EVE
Desde sua revelação oficial, o aguardado game Stellar Blade vem gerando burburinhos na internet. Isso porque o visual atraente de sua protagonista Eve trouxe à tona debates importantes sobre padrões de beleza e representatividade nos games.
Com roupas justas que marcam suas curvas voluptuosas, Eve certamente chama a atenção pelo seu corpo escultural. Para alguns, isso reforça padrões irrealistas e pode causar danos à autoestima, especialmente de jogadoras mais jovens.
Contudo, será que é realmente assim? Antes de julgarmos, precisamos entender o contexto por trás da escolha do diretor Hwang Dong-hyuk. Em entrevista, ele afirmou querer criar personagens que o inspirassem e fizessem sonhar.
E não há mal algum em sonhar! Desde a Grécia Antiga, a atração e admiração pela beleza fazem parte da natureza humana. Em diversas obras da cultura pop, como animes, HQs e Hollywood, é comum termos heróis e heroínas de tirar o fôlego em seus visuais cativantes.
Por que seria diferente nos games? Muitos jogadores, assim como o diretor, gostariam de se inspirar em personagens poderosos e estonteantes em seu visual. Banir a beleza por si só não é a solução e pode frustar parte significativa do público.
A representatividade não é obrigatoria em 100% do jogos, cada empresa tem seu objwtivo com cada Game produzido e se o objetivo não foi representatividadee sim uma narrativa única com uma personagem original, não há problema. Nem todos se identificam com o padrão eurocêntrico de beleza tão comum. Porém, em vez de atacar, deveríamos apoiar a iniciativa de não se renderam ao genérico "Crie seu personagem" pois um personagem criado por seu desenvolvedor com desenvolvimento correto, pode e deve ser melhor do que os próprios jogadores ficarem criando personagens genéricos.
Afinal, a aparência física diz respeito a cada um. Mas o ideal do jogo pode sim ter seu próprio personagem original e específico, de acordo com o objetivo de seus idealizadores e Sem julgamentos por se tratar de liberdade artística.
Além disso, precisamos deixar claro que a aparência em si não define a personalidade ou capacidades de um personagem. A Eve de Stellar Blade promete ser uma guerreira poderosa e cheia de nuances em sua história, indo além do seu visual.
Em vez de ataques, precisamos de diálogo construtivo. Shift Up parece disposto a ouvir as discussões mas se as solicitações do "Público" não estiverem de acordo o ideal do Jogo, em minha opinião, não deveriam ser atendidas.
A beleza e a representatividade levantam questionamentos profundos sobre a própria condição humana. Será que nossa sociedade ainda carrega padrões estéticos rígidos e excludentes que precisam ser superados? Ou será que a admiração pela beleza faz parte de nossa natureza e cultura de forma positiva também?
Acho que a verdade está em algum ponto intermediário. Sim, devemos lutar por mais pluralidade e inclusão. Afinal, a aparência não define nossa essência ou capacidades. Contudo, banir totalmente a estética também não é a solução, e pode acabar por frustar quem gosta de se inspirar em ideais de beleza.
Aqui entra uma reflexão sobre o propósito mesmo da arte. Desde os tempos mais remotos, utilizamos a estética para elevar nossos espíritos, nos inspirar e sonhar. Há beleza na diversidade, mas também na perfeição da forma humana quando bem representada.
Será que não podemos desfrutar de ambas as visões de forma harmônica? Celebrar a pluralidade dos corpos sem necessariamente vilanizar aqueles que se identificam com uma estética mais clássica também?
Acho que o caminho é o diálogo, a compreensão mútua e a busca do equilíbrio. Banir totalmente qualquer visão acaba por ser tão reducionista e excludente quanto impor uma única perspectiva. A complexidade da natureza humana pede matizes, e não definições absolutas.
Se Stellar Blade souber ouvir todos os lados de forma respeitosa, e construir seu universo de forma a contemplar pluralidade sem anular a liberdade criativa, poderá ser um marco nessa discussão. Que sirva de inspiração para reflexões cada vez mais abrangentes e pacíficas sobre esses temas fundamentais da cultura.