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| Playstation Portal simplesmente não é um concorrente no mercado de Portateis. |
O lançamento do PlayStation Portal pela Sony no final do ano passado gerou grande expectativa entre os fãs da marca. Com o conceito de permitir jogar os games do PS5 de forma portátil, o dispositivo parecia finalmente trazer a Sony de volta para o mercado mobile, após o fracasso do PS Vita anos atrás.
Contudo, agora que já tivemos alguns meses para testar o Portal e analisar sua proposta, fica claro que este acessório representou uma grande oportunidade perdida pela gigante japonesa. Em vez de desenvolver um verdadeiro console portátil, capaz de rodar jogos de forma nativa ou via nuvem, a Sony optou por lançar um produto confuso, caro e com funcionalidade bastante limitada.
O Portal na prática funciona apenas como um tablet dedicado ao streaming de jogos do PS5 via tecnologia Remote Play, exigindo que o console esteja ligado e conectado à internet em alta velocidade. Dessa forma, acabamos pagando mais de R$2.000 reais por um dispositivo cuja única funcionalidade poderia ser facilmente reproduzida em qualquer tablet ou smartphone mais barato.
Além disso, diferentemente do Xbox Cloud Gaming ou do Nintendo Switch, o Portal não permite rodar títulos via nuvem de forma independente do PS5, restringindo ainda mais seus usos. Imaginávamos que a Sony finalmente fosse lançar uma alternativa portátil completa para competir com suas rivais, mas acabamos com um produto de nicho e limitado.
Outro ponto preocupante são as recentes declarações de executivos da Sony de que o Portal não foi projetado para gerar lucro, e sim aumentar o "tempo de engajamento" dos jogadores com a marca. Ou seja, trata-se de um produto concebido primordialmente como estratégia de marketing, e não de negócio, o que beira o absurdo para uma empresa bilionária.
Mais do que uma oportunidade perdida, o Portal revela problemas na Sony
O lançamento falho do Portal evidencia problemas mais profundos na estratégia de negócios da Sony. Ao que parece, a falta de foco e clareza de objetivos permeia projetos cruciais da empresas nos últimos anos.
Isso fica evidente quando analisamos outros lançamentos problemáticos como o PlayStation VR2, adiado diversas vezes sem uma comunicação eficiente com os fãs, ou o PlayStation Now, serviço de games por assinatura que nunca decolou perto de rivais como Xbox Game Pass.
Não resta dúvida de que a Sony segue líder no mercado com o PS5, mas percebemos sua dificuldade em apostar em novos modelos de negócio para o futuro, ao contrário da Microsoft que redesenha constantemente seus serviços. Casos como o Portal mostram que inovações não são suficientes se não traçadas com clareza de propósito.
Outra questão que incomoda é a lentidão da Sony para internalizar mudanças na indústria. Demorou-se demais para enxergar a relevância dos games por assinatura e da nuvem, permitindo que rivais abrissem vantagem nessas frentes. O Portal é mais um sinal dessa rigidez em abandonar velhos modelos.
Preocupa também a aparente desestrutura interna percebida em projetos como esse. Custa crer que um lançamento bilionário não tenha passado por diversas etapas de testes e avaliações de público e mercado antes. Faltou sincronia entre as equipes?
Se a Sony quer manter seu papel de liderança nos próximos anos, urgente repensar processos, agilizar testes e ouvir mais de perto os anseios dos consumidores. Caso contrário, novos tropeços como o Portal podem minar cada vez mais a confiança no nome que hoje domina o mercado.
Diante disso, fica claro que o Portal é fruto de um projeto mal conduzido pela Sony, que certamente tinha planos mais ambiciosos no início, mas acabou lançando algo sem muito propósito em vez de admitir o insucesso. Uma pena, já que os fãs sonhavam com uma alternativa portátil completa e a empresa perdeu a chance de competir de verdade nesse emergente mercado. Resta esperar que a Sony aprenda com os erros e traga em breve uma solução melhor.
