Por que Infamous Second Son trata tão bem a questão dos 'Super Herois' na sociedade?

Delsin em sua busca por vingança após a morte trágica de seu irmão Red. Fiquei dividido entre perdoar ou punir quem o matou. A cena foi muito emociona
Danilo Medeiros

 O jogo Infamous Second Son, lançado exclusivamente para o PlayStation 4 em 2014, surpreendeu pela sua história e escolhas que o jogador pode tomar, determinando se o protagonista se tornará herói ou vilão.

Por que Infamous Second Son trata tão bem a questão dos 'Super Herois' na sociedade?


Delsin Rowe é o personagem principal, um jovem artista de grafite pertencente à tribo Akomish. Certo dia, ele entra em contato com uma fumaça condutora fugitiva e adquire seus poderes, começando então uma jornada de descoberta de seu potencial. O jogo nos apresenta pela primeira vez um protagonista totalmente novo, já que nos jogos anteriores controlávamos Cole MacGrath.


Uma das coisas que mais me cativaram foi ter o poder de influenciar a narrativa e mundo virtual de acordo com minhas ações. As escolhas de diálogo e modo de tratar inimigos definiam se Delsin acumularia karma bom ou ruim. Isso impactava diretamente nos acontecimentos, aspecto dos cenários e caractereziação dos personagens. Gostei de ver como pequenas decisões podiam levar a desfechos tão distintos no enredo.


Além disso, achei muito interessante a temática de questionar se condutores devem ser considerados criminosos ou vítimas a serem protegidas. A vilã Augustine defendia a segunda opinião, mas na verdade apenas queria dominar os poderosos condutores para seus próprios fins. Essa discussão sobre identidade e liberdade dos "bioterroristas" me pareceu bastante relevante.


Confesso que me identifiquei com Delsin em sua busca por vingança após a morte trágica de seu irmão Red. Fiquei dividido entre perdoar ou punir quem o matou. A cena foi muito emocionante e dolorida, mostrando o quão forte era o laço entre os irmãos.


No final, optei por fazer Delsin se tornar um herói, mesmo tendo o poder de seguir pelo lado vilão. Gostei de como ele amadureceu ao longo da história e passou a compreender melhor os condudores, em vez de julgá-los. Achei bem interessante como as escolhas impactavam diretamente na personalidade do personagem.


Outro elemento que amei em Infamous Second Son foram os diversos poderes que Delsin podia adquirir ao derrotar os diferentes Condutores. Cada habilidade trazia jogabilidade única e me permitia abordar situações de diferentes formas.


A fumaça, por exemplo, era mais voltada para ataques à distância e correção de rota em queda. Já o cimento me possibilitava construir barricadas e arremessar blocos com grande força. E o video mesmo nos dando a chance de "possuir" máquinas e veículos foi muito divertido.


Gostei também como cada Condutor tinha sua própria personalidade e motivações. Fetch queria vingança contra traficantes, w while Hank pretendia espalhar pânico só por diversão. Foi legal observar como eles reagiam às ações de Delsin e se aliavam ou não a ele.


A cidade de Seattle no game me parecia viva e convidativa para a exploração. Adorava passear pelo mapa aberto procurando novos poderes escondidos ou side missions. E os gráficos do PS4 davam conta de reproduzir bem a atmosfera nublada típica da região.


A trilha sonora também merece destaque. Músicas em momento de ação combinavam perfeitamente com cada situação, enquanto temas calmos passavam sensação de descoberta.


Enfim, a jogabilidade variada, personagens interessantes e contextualização em uma cidade vívida tornam Infamous Second Son uma experiência que vale ser revisitada. Espero que a Sucker Punch produza eventualmente uma continuação para esta franquia de super-heróis.


As escolhas morais em Infamous Second Son colocavam em debate questões bastante profundas. Ao optar pelo caminho do "herói", tinha que ponderar sobre empatia, compaixão e fazer o bem maior mesmo nos pequenos atos do dia a dia.


Já escolhendo o lado "vilão" acendia uma discussão sobre poder, vingança e os limites da justiça com as próprias mãos. Em algumas missões me peguei em verdadeiro conflito moral, pensando nas nuances de cada situação.


Lembro-me de uma escolha em particular que me marcou. Tinha que decidir entre perdoar um inimigo que já estava derrotado ou acabar com ele. Perdoar requeria generosidade, mas também arriscava vidas futuras. Já eliminá-lo trazia alívio imediato, mas manchava minhas mãos com violência desnecessária.


Nesses momentos, sentia o peso da responsabilidade de moldar o caráter de Delsin e determinar o rumo da história. Ter o "poder sobre a vida e morte" de outros, ainda que virtuais, me fez refletir sobre ética e as consequências dos atos.


No fim, optei por conduzir Delsin ao caminho do herói, mas compreendi melhor aqueles que se deixam levar pelas trevas. A raiva, sede de vingança e sensação momentânea de poder atraem, e isso é mais um ponto incrivel deste jogo, decidir seu próprio rumo ou realmente percorre-lo 2 vezes ou mais para verificar o quanto suas decisões afetam a historia.


Acredito que esse tipo de debate ético é importante e raro nos games. Infamous Second Son soube tratar desse assunto com maturidade e sutileza, fazendo o jogador repensar seus próprios valores morais por meio da experiência. Uma obra que realmente me marcou no quesito narrativa e mensagens.


Infamous Second Son soube surpreender pela narrativa imersiva e personagens complexos. Recomendo para quem gosta de jogos de ação que valorizam a tomada de decisões éticas. Foi uma grata surpresa e mostra como os exclusivos contribuem para o diferencial dos consoles.

Danilo Medeiros
Recém formado em R.H e Administrador da Overcentral Instagram: @danilopablolima
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