The Last of Us Part 2 Remastered: será que vale a pena?
Foi anunciado recentemente que o aclamado jogo The Last of Us Part 2, lançado originalmente em 2020 para PS4, receberá um remaster para PS5 em janeiro de 2024. A notícia dividiu opiniões na comunidade gamer.
The Last of Us Part 2 Remastered: será que vale a pena? |
De um lado, os fãs da série comemoram a oportunidade de revisitar e aproveitar ainda mais a história e gráficos do game em uma versão otimizada para a nova geração. No entanto, do outro lado, muitos questionam se realmente faz sentido relançar um jogo com apenas 3 anos de existência, principalmente cobrando pelo upgrade.
É inegável que The Last of Us Part 2 é uma obra prima no quesito narrativa, jogabilidade e qualidade gráfica. Mesmo rodando na retrocompatibilidade do PS5, o jogo já recebe melhorias como 4K e 60fps. Contudo, será que vale a pena pagar por extras como skins e mods que podem ser considerados supérfluos?
Do ponto de vista comercial, faz todo sentido para a Sony e Naughty Dog relançarem o game, uma vez que trata-se de uma propriedade intelectual extremamente valorizada que ainda renderá frutos. No entanto, é preciso ponderar se vale a pena desviar recursos que poderiam estar sendo utilizados em novos projetos.
Por mais que a maioria dos fãs esteja ansiosa para aproveitar o jogo em sua máxima qualidade gráfica, é compreensível a insatisfação daqueles que acreditam ser cedo demais para um novo lançamento pago, principalmente em um cenário onde franquias veteranas demoram anos para receber sequências.
No fim das contas, cabe a cada jogador decidir se os upgrades valem os R$50 cobrados ou se é melhor esperar promoçõesfuturas. Ao menos, o preço acessível demonstra boa vontade da Naughty Dog em democratizar a experiência, mesmo que o remaster em si ainda gere questionamentos sobre sua real necessidade nesse momento.
Um ponto importante nessa discussão é pensar no futuro dos games single-player narrativos. Muitos temem que a ênfase excessiva em remasters e remakes desvie os recursos que poderiam ser usados em novas propriedades intelectuais.
A Sony e a Naughty Dog em especial são conhecidas por apostar em narrativas cinematográficas complexas, o que demanda tempo e esforço significativos. Será que o foco em relançamentos constantes não prejudicará a frequência com que novas franquias desse peso são lançadas?
É compreensível do ponto de vista empresarial buscar renda extra em franquias já constituídas. No entanto, a inovação também é essencial para manter os fãs entusiasmados. Novas histórias e universos são necessários para impulsionar a formação de novas legiões de fãs.
Além disso, é preciso considerar a perspectiva dos próprios developers. Muitos profissionais entram nessa área movido pela paixão em criar mundos e personagens do zero. Estar constantemente remexendo em jogos antigos pode esvaziar o entusiasmo desses profissionais.
Por outro lado, existem argumentos a favor. Remasters permitem que mais jogadores desfrutem de obras aclamadas que, senão, ficariam presas em hardwares ultrapassados. Também podem servir como testes para novas tecnologias que serão aplicadas em futuros lançamentos.
No caso do The Last of Us Part 2 especificamente, pode-se alegar que muitas melhorias gráficas foram necessárias para aproveitar ao máximo o poder do PS5. Porém, será que o gameplay em si não estava bom o suficiente?
Outro lado positivo é a oportunidade de trazer o game também para o PC, expandindo ainda mais sua base de jogadores. Já existem remasters feitos com mais critério e criatividade, trazendo não apenas melhorias visuais mas também conteúdo totalmente novo.
Outro ponto importante nessa discussão é analisar os limites entre remasters e remakes. O anúncio do lançamento de The Last of Us Part 2 para PS5 foi classificado como um remaster, mas alguns argumentam que foi além disso.
Muitos dos upgrades prometidos, como novos modos de jogo e conteúdos extras, sugerem que na verdade este seja mais um remake do que um simples remaster. E esse tipo de relançamento demanda esforços desenvolvimentais muito maiores.
Será que a Naughty Dog não poderia ter concentrado esses recursos em um novo IP ou uma sequência direta de TLOU2? Lançar uma versão aprimorada do game original para PS5 faria mais sentido como remaster "puro", sem extras que exigiram tanto trabalho.
Também é válido ponderar se o melhor caminho não seria esperar mais alguns anos para um relançamento desse porte. Daqui algum tempo, os gráficos de TLOU2 realmente poderão se mostrar obsoletos o suficiente para justificar um remake.
Por outro lado, os desenvolvedores argumentam que muitas melhorias já estavam sendo feitas para a versão de PC, de modo que aproveitar esses avanços em uma edição para PS5 foi relativamente menos trabalhoso.
Independente do debate semântico entre "remaster" e "remake", fica claro que a melhor alternativa seria valorizar mais as novas IPs. Remasters e remakes pontuais são válidos, mas só devem ser feitos após um tempo razoável e com criatividade para oferecer aos fãs experiências realmente renovadas.
a polemica tende a se aprofundar ainda mais com o lançamento efetivo desse "TLOU2 Remasterizado". Só poderemos avaliar então se o esforço valeu a pena ou se foi mais uma iniciativa que vislumbra mais o lucro do que a paixão pela criação que move verdadeiramente essa indústria.
a discussão ainda está longe de um consenso. Cada lado tem pontos válidos e o assunto meritória análises mais aprofundadas. No fim, só o teste do tempo e o sucesso comercial podem confirmar se a estratégia da Sony está correta ou se o foco excessivo em remakes pode prejudicar a longo prazo a indústria dos jogos narrativos.
o relançamento pode atrair novos fãs, mas também corre o risco de desagradar uma parcela dos antigos que preferiria novidades em vez de remakes constantes de obras recentes. Só o lançamento poderá mostrar se a aposta da Sony e Naughty Dog obterá o retorno financeiro e de público esperados.